sábado, 22 de janeiro de 2011

ANÁLISE DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS

Os textos selecionados para análise foram publicados nos seguintes suportes:



- Jornal radiofônico (via internet)


Os objetivos que norteiam a análise proposta são:

- Descrever as características linguísticas dos textos em estudo.  
        
- Identificar a variedade linguística utilizada e relacionar tal uso com seu público-alvo.

- Discutir como a linguagem verbal e a linguagem não-verbal (fotografia,som) relacionam-se
para produzir sentidos e servir de propósito para persuadir os leitores dos textos escolhidos.


Reflexões gerais:

A afirmação de que a função conativa ou imperativa é predominante na linguagem publicitária é incontestável, pois evidencia forte apelo ao leitor/consumidor.  

Através dos textos publicitários, o locutor/enunciador intenciona persuadir o interlocutor/enunciatário. Para que essa persuasão ocorra e, de fato, o leitor/consumidor torne-se seduzido pelo produto ou serviço anunciado, o locutor/enunciador utiliza inúmeras estratégias.


Abaixo, observaremos quais foram as estratégias utilizadas  e como elas se articulam para que se cumpra os objetivos comunicativos de cada texto.

1.Texto publicado em jornal impresso:

                                 Publicidade veiculada no Jornal Estado de Minas, cad. "Divirta-se", em 21/01/2010


Ao observarmos o texto, percebemos de imediato que há uma estrutura organizacional que nos permite constatar um enunciador, representado pela empresa Tramontina, um enunciatário (público alvo) que está explícito no subtítulo “Lançamento exclusivo para leitores Estado de Minas” e um produto que está sendo divulgado – uma coleção de panelas.

O texto apresenta um título “Linha Retrô Tramontina”, um subtítulo “Lançamento exclusivo para leitores Estado de Minas”, o texto – propriamente dito – “Uma coleção completa para deixar sua cozinha mais bonita e mais funcional” e a “assinatura”, no caso, o logotipo da empresa Tramontina. Todas essas informações verbais articulam-se de maneira veemente à linguagem não-verbal, que traduz o produto anunciado em objeto de desejo do leitor/consumidor.

A informação não verbal  é essencial para a produção de sentidos, pois além de chamar a atenção do consumidor para realizar a leitura das informações verbais, contribui para dar credibilidade ao discurso, legitimando e dando a conhecer o produto anunciado.

Embora tenha anunciado anteriormente que o subtítulo evidencia, de maneira explícita, o público a que o anunciante almeja alcançar, pelas cores utilizadas na linguagem icônica, pode-se inferir que trata-se, ainda, de um público feminino. Isso porque as cores utilizadas conduzem-nos a esse raciocínio. Como plano de fundo, o enunciador optou por um tom de azul claro, o qual remete o leitor a uma sensação de harmonia e tranquilidade. Contrastando com essa tonalidade de azul emerge o conjunto de panelas Tramontina – em cores escuras e com tons rosas. Ademais, buquês de rosas, pássaros, borboletas e o desenho de uma menina próxima a uma das panelas contribuem para especificarmos esse público.

No texto verbal predomina a norma padrão. Todavia, o texto revela-se simples, fácil de ser apreendido, formado apenas por uma frase, a qual foi elaborada objetivamente, obedecendo a ordem direta (sujeito + predicado). Também foi utilizado a repetição de operadores argumentativos “mais”, a fim de ressaltar as vantagens de se adquirir o produto anunciado.

No subtítulo, a palavra “exclusivo” evidencia a importância do público alvo e contribui para aguçar a sua vaidade. Afinal, transmite a ideia de que a empresa Tramontina pensou nesse público e projetou um produto unicamente para ele.

Abaixo das informações verbais e não-verbais são expostos ao público alvo contatos (telefones / site) e formas de pagamento. Essas informações denotam ao consumidor facilidade e comodidade na hora de realizar a compra.


2. Publicidade veiculada em mídia impressa:

                                                         Publicidade veiculada na revista "ISTOÉ", nº2149, em 19/01/2010


No texto acima, o enunciador, representado pelo governo federal,  em comemoração aos 150 anos de surgimento da Caixa Econômica Federal, reforça a responsabilidade e o compromisso que o banco sempre teve para com o povo – a classe trabalhadora.

O enunciador vale-se de uma autoridade, reconhecida e legitimada pela sociedade, D. Pedro II, a fim de evidenciar o seu compromisso com o público alvo, o qual é constituído pelas “classes menos favorecidas”.

O texto apresenta o slogan do banco “CAIXA 150 ANOS – UMA HISTÓRIA ESCRITA POR TODOS OS BRASILEIROS”, do governo federal "BRASIL - UM PAÍS DE TODOS - GOVERNO FEDERAL" e uma organização textual que se revela através do título “Em 1861, nascia o banco que não mede seus lucros só pelos números”, do texto – propriamente dito – e da assinatura “Brasil / Governo Federal” seguido do logotipo do banco.

Nota-se que o título apresenta um enunciado incompleto, dando margem à interpretação do leitor. Dessa maneira, o título deixa subtendido que não é apenas os lucros que fazem parte dos interesses do banco, reforçando ainda mais a missão de “ser o cofre seguro das classes menos favorecidas”.

No texto, predomina  a norma padrão e a simplicidade da linguagem, favorecendo a interpretação do leitor.

O objetivo desse texto publicitário é passar segurança, credibilidade e confiança aos leitores / clientes. Nesse texto, não se trata da divulgação de um produto, mas do nome da Instituição e da experiência adquirida ao longo de 150 anos.

Os telefones que estão disponíveis ao leitor, “da ouvidoria" e para "informações, reclamações, sugestões e elogios” revelam a idoneidade da instituição e a certeza que possui de estar prestando serviços de qualidade. Além de evidenciar que trata-se de uma empresa que prima pelo atendimento a seus clientes. 

Em consonância com as informações verbais, a linguagem icônica (não-verbal), utilizada no texto, contribui para ressaltar a ideia de tradição e da experiência adquirida pela empresa durante o decurso desses 150 anos. As imagens remetem à história evolutiva da caneta, desde o período da pena à era da caneta esferográfica, deixando subtendido que a história do banco é correlata à história da caneta. 

 A cor empregada nas imagens das canetas também contribui para ressaltar os 150 anos de existência do banco. Enquanto a fotografia da pena apresenta tons neutros e ofuscamento da imagem, evidenciando o período passado, a fotografia da caneta apresenta excelente qualidade, com imagem nítida e colorida, destacando o período atual vivenciado pelo banco.

Além dessas características, todo o texto é envolto de cores em tom pastel, tornando-o semelhante a um documento histórico (em pergaminho), reforçando a ideia de história constituída pela empresa durante os 150 anos de inauguração.

3. Publicidade veiculada em mídia radiofônica:




Transcrição da publicidade:

Som semelhante ao sinal de uma escola – indicativo de intervalo.

Som de grupos de alunos conversando serve de plano de fundo para o diálogo que segue:

- Oh, Cíntia, quanto você tirou na prova?
- Eu tirei 10, e você?
- Ah, eu tirei 4,5. Não sei por que, sendo que eu estudei.
- Como você faz para tirar nota tão boa?
- Ah, eu complemento os meus estudos no site Kliceducação. Lá tem muito conteúdo e eu tiro todas as minhas dúvidas.

ACESSE O PORTAL KLICEDUCAÇÃO. O SITE ELABORADO POR PROFESSORES CONCEITUADOS E COM CONTEÚDO CONFIÁVEL. PORTAL KLIC EDUCAÇÃO – A BASE DO SEU CONHECIMENTO.


As informações não verbais (sons), que permeiam o texto publicitário em análise, são fundamentais para situar o ambiente em que se passa o diálogo (escola), bem como para definir o público alvo do texto (alunos / estudantes).

A informação verbal, por ser constituída  a partir do diálogo entre pessoas comuns (Cíntia?), amplia a abrangência do público, pois evidencia que qualquer pessoa poderá acessar o site e obter um bom conteúdo para estudo.

Por se tratar de um diálogo, predomina no texto verbal a oralidade. Portanto, o texto apresenta considerável uso de interjeições que demarcam as hesitações que ocorrem na fala.

O conteúdo do diálogo também constitui uma estratégia altamente persuasiva, pois transmite a ideia de que o estudante que acessa o site kliceducacao e que tem o hábito de estudar nesse aparato tecnológico aumenta o seu desempenho nas tarefas escolares.O texto proferido pelo locutor estimula, induz o educando a acessar o site kliceducacao através do verbo no modo imperativo “acesse” e de expressões valorativas “O site elaborado por professores conceituados e com conteúdo confiável”, “Portal Kliceducao – a base do seu conhecimento”.

O texto também caracteriza-se pela concisão e objetividade. Em apenas 32 segundos, o texto combina elementos verbais e não-verbais (som) a fim de influenciar o seu público para que realize determinada tarefa, no caso, para que os estudantes acessem o site kliceducacao e adquiram os pacotes e cursos  oferecidos pelo portal.

4. Publicidade veiculada em mídia jornal digital:




O anúncio publicitário funciona, na página do jornal, como um link que conduz o leitor / consumidor ao site da Volkswagen, no caso, a empresa responsável pela divulgação do produto.

Nesse texto, tanto as informações verbais quanto as não-verbais (imagens) estão em movimento, o que contribui para chamar a atenção do leitor e para atrai-lo para a leitura do texto verbal. Cores fortes, imagens e textos vibrantes destacam o produto divulgado e determinam o público alvo: leitores da Folha on-line.

Esse texto também caracteriza-se pela objetividade e concisão. Frases curtas e diretas contribuem para facilitar a interpretação. Uso de modalizadores “apenas” constitui estratégia persuasiva, pois deprecia o valor do produto, ou seja, deixa eminente que o consumidor estará adquirindo um produto excelente “Sorana” e estará pagando pouco por ele. O emprego de verbos no imperativo “clique” e “confira” influencia diretamente o consumidor, propondo o que deve ser feito para a aquisição do produto.

O texto também disponibiliza facilidade de pagamento (parcelamento do veículo em 60 meses) para que o leitor perceba facilidade em adquirir o veículo anunciado.

Em todos os texto analisados, constatou-se algumas características unânimes que contribuem para delinearmos algumas especificidades do texto publicitário, tais como:

  • Elaboração de frases curtas, objetivas e concisas.
  • Linguagem verbal e não-verbal estabelecendo relação de interdependência na produção de sentidos.
  • Estratégias persuasivas: verbos no imperativo, cores e letras vibrantes, uso de operadores argumentativos e de modalizadores, logotipo, etc.
  • Imagens que induzem a leitura do texto.
  • Expressões valorativas.
  • Tendência ao coloquialismo.
  • Intencionam conduzir o leitor à ação de compra.
Entretanto, de acordo com a mídia em que os textos são veiculados, apresentam recursos diferenciados como letras em movimento - para os anúncios veiculado no jornal digital e o som - para os anúncios divulgados em mídia radiofônica. Tais recursos, embora diferenciados, segundo disponibilização das mídias, contribuem para a realização de um mesmo objetivo: a promoção de determinado produto / marca ou serviço.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

     Conhecer as ferramentas adequadas para acesso à informação e saber  utilizá-las  é muito importante para obtermos êxito em nossas buscas. Para facilitar o desenvolvimento do projeto "Blog: ferramenta de interlocução", montei um glossário de ferramentas úteis. 
Após a leitura, cada grupo deverá elaborar um glossário contendo, no mínimo, 20 sugestões de ferramentas que poderão ser utilizadas em nosso trabalho.
Sucesso!                        

                        GLOSSÁRIO DE FERRAMENTAS ÚTEIS DA WEB



BLOG:

BLOGGER: serviço do Google, que oferece ferramentas para edição e gerenciamento de blogs.


CALENDÁRIOS:

GOOGLE CALENDAR: serviço de agenda e calendário on-line oferecido gratuitamente.

WORDPRESS: sistema de gerenciamento de conteúdos na web, especialmente para a criação de blogs.


DOWNLOAD / UPLOAD:

E-MULE:aplicativo de compartilhamento de arquivos (ficheiros). Serviço gratuito.
MEDIAFIRE: serviço gratuito de hospedagem de arquivos. 
MEGAUPLOAD:serviço que permite o envio e a recepção de arquivos.


EDITORES DE TEXTOS:

GOOGLE DOCS: editor de textos, planilhas e apresentações, com compartilhamento de arquivos.

GOOGLE SPREADSHEET: editor de documentos que permite compartilhamento de arquivos.


FOTOS:

FOTOLOG: disponibiliza fotos postadas semelhante a um blog. Permite o acréscimo de legendas.  Serviço gratuito.

TAGBULB: permite realizar pesquisas de fotos e vídeos.

GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS:
SKYDRIVE: permite armazenar e hospedar qualquer arquivo gratuitamente. 

 




MAPAS/ MÚSICA:

GOOGLE EARTH: ferramenta de busca que permite a visualização gratuita de imagens via satélite.
GOOGLE MAPS: ferramenta de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélite da Terra . Serviço gratuito na web. 
EASYMULE: ferramenta que possibilita baixar músicas, filmes e outros arquivos com facilidade e rapidez. O serviço é gratuito.
SEEQPOD: ferramenta de busca especificamente designado para a pesquisa de música - áudio, vídeo e podcasts. 

PESQUISAS:

BING: mecanismo de pesquisa que localiza e organiza assuntos.

GOOGLE: uma das principais ferramentas de busca do mercado.
YAHOO:site que, inicialmente, servia apenas para busca de assuntos variados na Internet. Hoje, apresenta uma série de serviços, como: hospedagem, shopping, e-mail,etc.

REDES SOCIAIS:

FACEBOOK: rede social de relacionamento. Permite publicar fotos, notícias, ver novidades de seus amigos e publicar vídeos.
ORKUT: rede social de relacionamento. Possibilita a publicação de fotos e vídeos pessoais, além de viabilizar a criação de comunidades em formato de fórum de discussão. Permite envio e leitura de mensagens. 
TWITER: rede social e microblog que permite distribuir mensagens de texto a usuários cadastrados utilizando SMS, Instant Message e e-mail.

VÍDEOS:

TERRA TV: Disponibiliza gratuitamente acesso a programas jornalísticos, esportes e entretenimento multimídia online. 
YOUTUBE: permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital gratuitamente.

Nota: A elaboração deste glossário foi possível mediante pesquisa no "google".

Novas práticas de leitura e escrita: a tela

RESENHA:

O texto Ler na tela – letramento e novos suportes de leitura e escrita, de Ana Elisa Ribeiro, publicado no livro Letramento Digital – Aspectos sociais e possibilidades pedagógicas, de Carla Viana Coscarelli, apresenta um tema bastante atual, a leitura nas telas, como eixo de discussão.

A autora refere-se às mudanças que historicamente vêm permeando as práticas de leitura, escrita e seus suportes. E, como todo processo de mudança implica incômodo e insegurança para alguns e otimismo exagerado para outros, a autora propõe que tomemos uma postura reflexiva ante às novidades tecnológicas para que possamos vislumbrar tais inovações, principalmente no que tange às práticas de leitura e de escrita sem, contudo, adotarmos posições extremistas.

Ao revisarmos a história da leitura, dos suportes e das tecnologias de ler e escrever, podemos obter esclarecimentos importantes que tornam mais nítidos os contornos dos acontecimentos atuais com relação às tecnologias como o computador e a Internet, como sugere a autora.

Em seu texto, a autora, ressalta a necessidade de o leitor ampliar o nível de letramento digital a fim de que possa  se apropriar dos novos suportes e dos novos recursos de apresentação para a escrita/leitura com versatilidade.

Considerando a escrita uma tecnologia de registro de som, a autora postula que ela – a escrita alfabética – precisa ser aprendida e ter sua técnica desenvolvida e aperfeiçoada pelo leitor. Em contrapartida, a leitura é considerada como uma tecnologia adquirida e desenvolvida pelo homem para decodificar e compreender textos intimamente relacionados ao suporte em que se encontra.

Entretanto, a autora evidencia que cada texto, para ser compreendido e interpretado, depende de um aparato que o torne legível. Assim, o leitor, além de ser apto a decifrar o sistema alfabético, contribui para o tecido textual, ativando conhecimentos de sua memória, de tudo o que tenha lido e o vivido, a fim de atribuir sentido aos textos. Ao se deparar com cada gênero textual, cada suporte, o leitor atualiza em sua memória conhecimentos que lhe facultam a percepção do que lê, do que porta, do que tem em mãos e do que vê.

Há, no texto de Ribeiro (2005), a constatação de que tanto as ferramentas de ler e escrever, quanto os suportes mudam com o passar do tempo, devido ao desenvolvimento dos recursos. Segundo a autora, “a prática do leitor fornece subsídios para que os produtores de material escrito e/ou dispositivo para leitura possam repensar, reprojetar e reinventar materiais e recursos, de acordo com a demanda constante do leitor, que busca conforto, eficiência, eficácia, portabilidade e compreensibilidade”.

Através de uma pesquisa histórica, a autora comprova que essas mudanças não representam inovações bruscas, tampouco acarretam prejuízos no qualidade da leitura e/ou da escrita. Essas mudanças, decorrentes das inovações tecnológicas, sempre existiram no âmbito da leitura, escrita e seus suportes. Como ocorreu com o papiro que, com o passar do tempo, cedeu espaço ao pergaminho, que, por conseguinte, perdeu espaço para o códex. E como o estilete e as tabuletas de cera, que deram lugar à pena, que, também cederam espaço à caneta esferográfica.

Essas mudanças, certamente implicaram certo desconforto à sociedade da época. De acordo com Ribeiro (2005), “talvez um mal-estar semelhante ao que sentimos hoje, ao aprender a lidar com a tela”. Todavia, essas novas formas de ler, conforme a autora, “são apenas novas possibilidades para algo que já se fazia e já se fez na história das interfaces de leitura, interfaces homem/objeto de leitura”. Exemplo disso é o hipertexto, que já era utilizado no códice, sob a forma de comentários e notas laterais que contribuíam no sentido de agregar informações aos textos.

A mudança observada por Ribeiro(2005) nesse processo de ler e editar livros, consiste na velocidade e na agilidade com que se chega ao produto, o livro. A autora ressalta que “o computador surgiu, no séc.XX, para alterar parte dos processos e aumentar a velocidade e a eficiência dos trabalhos.” Assim, no lugar do códex impresso, portador de texto, surge uma “janela semelhante à televisão, de onde se pode mirar o texto, alterá-lo, copiá-lo, transferi-lo de lugar, sem, no entanto, ter acesso à sua materialidade, exceto se se considerar a tela como o suporte de um texto virtual, provável, possível ao toque de um botão (ctrl + p).”

Essa mudança no âmbito da escrita e seus suportes, assinala Ribeiro (2005), implica uma nova postura do leitor ante o texto. Agora, o leitor passa a ter também a opção de ler na tela do computador. E, esse leitor conseguirá  aprimorar suas habilidades de ler/ compreender textos à medida que praticar a leitura, que ampliar o seu letramento digital. Dessa maneira, o leitor será capaz de reconhecer características do velho texto no novo objeto, “trata-se de uma questão de adequação ao novo suporte, ao novo objeto de ler, e o novo objeto vai sendo refinado e projetado de acordo com as demandas do leitor.

A autora conclui a sua pesquisa, propondo que embora possa assustar alguns leitores menos dispostos, essas inovações tecnológicas guardam características de suas predecessoras. Portanto, o leitor não precisa, necessariamente, começar do zero ao lidar com um novo recurso, uma nova tecnologia. Exemplo disso é o texto em tela que, semelhante ao livro, “pode ser paginado, mantém o desenho de uma folha, simula o formato das letras que são usadas nos impressos, assim como obedece a ferramentas de busca como índices e links”.

O texto de Ribeiro (2005) contribui para desmitificar afirmações pejorativas acerca da leitura e da escrita na tela. A pesquisa realizada pela autora contribui para mostrar que a leitura na tela, além de ampliar e aprimorar as habilidades de leitura, aumenta a velocidade com que a informação é disseminada.

REFERÊNCIA:
RIBEIRO, Ana Elisa. Ler na tela - Letramento e novos suportes de leitura e de escrita. In: COSCARELLI, Carla Viana & RIBEIRO, Ana Elisa (Orgs.) Letramento Digital - Aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. Belo Horizonte, Ceale, Autêntica, 2005. pp.125-150.